Vizinhos
Este vizinho recebeu o apelido de “Castelinho
do Flamengo” porque sua aparência lembra a imagem de um diminuto castelo. Não é
um apelido original, afinal são muitos os “castelinhos” pelo Brasil afora que ganharam
este apelido pela mesma razão. No caso deste vizinho trata-se de uma construção
simpática, concluída em 1918, portanto antiga para as nossas referências. Originalmente
foi residência, e hoje é a sede de um centro cultural administrado pela
prefeitura da cidade. Sei que é um prédio tombado pela mesma prefeitura, mas
nada sei sobre a sua propriedade.
No Castelinho funciona o Centro
Cultural Oduvaldo Vianna Filho, e ele é apresentado como um ponto turístico da
cidade, embora ainda não reúna atributos para tal. Ele é mais uma referência
geográfica da região na medida em que está localizado em uma das esquinas de
acesso à Praia do Flamengo e aproximadamente a meio caminho da extensão da praia
contada desde a marina da Glória até o obelisco Estácio de Sá, fundador da
cidade.
O homenageado com o nome do centro cultural foi um dramaturgo falecido
precocemente nos anos 70. Conhecido como “Vianinha” é sempre citado com
respeito e admiração pelos seus pares, mas a divulgação do seu nome recebeu uma
contribuição significativa da Rede Globo que escolheu associar aos seus quadros
o nome do referido artista cuja carreira, até então, era associada ao combate e
questionamento do regime militar.
O Castelinho tem condições para se
tornar um ponto turístico de destaque, mas isto dependerá da sua administração
e dos eventos que promover. Em outras cidades do mundo existem locais similares
que são efetivamente destaques turísticos, apesar de terem muito menos
potencial e charme que o Castelinho. Independentemente disto, só o fato de
existir um espaço público na cidade com o propósito de estimular e divulgar a
produção cultural já faz do Castelinho um vizinho especial.
Uma curiosidade é que o Castelinho
tem fama de ser assombrado, como todo castelo que tenha um mínimo de vergonha
na cara. Suas dependências seriam habitadas pelo fantasma de uma herdeira órfã
que vaga pelo prédio reivindicando os seus direitos. Ela teria sido ludibriada por
um tutor que se apossou dos seus bens, além de maltratá-la, aprisioná-la na
torre etc. O tal fantasma nunca fez muito sucesso, até a Rede Globo com os poderosos
recursos do seu programa Fantástico já fez investigações para identificá-lo,
mas em vão. Ele perdeu a oportunidade de se manifestar e virar celebridade
internacional. Isto não chega a ser uma novidade, nos anos 90 o ET de Varginha
também se sentiu inibido e desapareceu. Diante daquelas câmeras só quem fica a
vontade é o pessoal da novela, da direita política e os comunistas
arrependidos. Assim, não serei eu quem irá desmerecer o fantasma. O mundo
físico já assombra suficientemente a vida dos cidadãos e não é absurdo que o
plano metafísico esteja com prioridade menor. Além do mais, se a herdeira
reclamou os seus direitos junto ao poder judiciário nacional, há uma
probabilidade enorme de existir um processo qualquer também vagando pelas diversas
instâncias, varas ou coisa que o valha, e só mesmo um ser etéreo e perene para
acompanhar a sua tramitação na espera de alguma conclusão.
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Castelinho - Fachada - Dois de Dezembro com Praia do Flamengo |
Castelinho nas antigas - Registro do Augusto Malta |
Noite no Castelinho - Tá na hora do fantasma chegar |
Eventos no Castelinho |
Maravilha, Jorginho! Vale um informe importante: sabia que sua cunhada e professora de violão, já se apresentou em eventos musicais do Castelinho?
ResponderExcluirBjs.
Vera V.
Jorge
ResponderExcluirA comunidade de quadrinhos costuma fazer exposições interessantes no Castelinho. Eu já fui a, pelo menos, duas: uma Convenção de Quadrinhos e a exposição do Batman, cujo selo Vc. publicou.
O Castelinho é um local bem interessante para essas atividades.
Abraços