Opinião
Em meio a
desestímulos, greve de professores nas universidades, manifestações de baixa
estima e conflito de opiniões, o Brasil vai executando o seu Plano Nacional de Educação – PNE agora com a
elaboração dos planos estaduais e municipais. Infelizmente este não é o tema que
ocupa as manchetes dos noticiários e, assim, não é replicado nas conversas
populares cotidianas. Mas, em âmbito mais restrito, entre grupos específicos de
interesse, os debates estão ocorrendo e as informações estão
disponíveis.
Um surto conservador estimulado pela
conjuntura política tem se manifestado em todo o país e o centro dos debates
tem sido as diversidades, especialmente aquelas representadas pela palavra
"gênero". A ação conservadora nas câmaras parlamentares municipais e
estaduais tem sido tão expressiva que em várias situações a palavra “gênero”
foi simplesmente excluída de qualquer parte de texto dos planos de educação aprovados.
Na prática isto significa que as estruturas de educação e ensino submetidas a
estas leis deverão passar longe das discussões sobre as diversidades em suas
múltiplas formas.
No último dia 11/08/2015 a câmara de
vereadores de São Paulo aprovou em primeira votação o plano municipal da cidade
que é possivelmente a mais importante do país sob a óptica política. Nas
galerias, chamados de fascistas pelos grupos mais progressistas, os manifestantes conservadores gritavam "ai,
ai, ai, família é mãe e pai". A palavra “gênero” foi excluída do
texto.
A disputa prossegue. Qual a educação
que buscamos? Uma educação formadora de um ser humano com visão abrangente,
observador e crítico, independentemente de suas escolhas políticas, ou queremos
uma educação apenas geradora de mão de obra com qualidade e especializada para
um sistema de produção que determina currículos, uma educação que forma
especialistas, tecnocratas, competidores sem visão crítica da sociedade em que
vivem?
Queremos uma educação “para o mercado”
que acolhe ou descarta educandos conforme o estado da arte das tecnologias e a
demanda circunstancial dos interesses do sistema capitalista de produção, ou
queremos formar o ser humano sem preconceitos, solidário, idealizador e capaz de construir uma sociedade
justa?
Acho uma discussão interessante, mas o
que valorizo aqui é a divulgação dos planos e dos debates em torno deles. E na
sua cidade o Plano já foi elaborado, o resultado final foi legal, você sabe o
que rolou por aí?
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