Opinião
Para
fazer a pregação de suas ideias a partir de uma posição confortável, a direita
coxinha se faz passar por apartidária – assexuada politicamente. Protege-se das
réplicas acocorando-se em um montinho nebuloso de conceitos difusos que ela
chama de moralidade, ética, isenção e outros termos que possa interpretar conforme
os seus interesses. Ela tenta parecer com aquelas iconografias católicas de anjinhos
sem pirocas, nem bundas, nem xerecas, apenas carinhas sorridentes, cada qual em
seu montinho de... nuvens. Essa é a direita coxinha.
Contudo,
no dia a dia, a direita coxinha está por aí, representada em todas as suas
vontades pelo conjunto de partidos políticos que sustentaram o golpe
parlamentar de 2016, que sustentam o governo Temer e cujos representantes,
vários deles, estão em cana ou acusados com provas explícitas de corrupção.
Esses
partidos, longe da impotência assexuada que a direita coxinha tenta utilizar
como disfarce, fornicam os trabalhadores brasileiros e permanecem organizados
ainda com poderes absurdos, como demonstraram em votação na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, em 17/11/2017, libertando corruptos comprovados,
no rastro dos acontecimentos de Brasília que libertaram o senador líder tucano flagrado
com a mão na propina e com a propina nos bolsos.
Os
participantes da direita coxinha que divulgam suas ideias nas redes sociais e que
não gostam de ser identificados com os grupos nem com as ações de seus
representantes parlamentares discursam indignação e revolta, apregoam que o
mundo todo é ladrão, desqualificam o país, desqualificam a sociedade,
criminalizam a organização social, enfim, distribuem tapas para todos os lados
fazendo de tudo para que as disputas de ideias sejam vistas, não como disputas,
mas como confusão. Na confusão todos se igualam e não haverá responsáveis. Mas,
não enganam! Foi a direita coxinha quem, derrotada na última eleição
presidencial, sustentou e valorizou o golpe parlamentar e que sustenta e
valoriza o golpe complementar das reformas trabalhista e previdenciária que vem
sendo levadas a cabo por seus representantes levados ao poder. É a direita
coxinha que floreia e adorna medidas que, na prática, admitem o trabalho
escravo, que fazem pouco caso da realidade brasileira argumentando que logo estaremos vivendo 140 anos e que apelidam
de empreendedor o coitado desempregado obrigado a torrar suas poupanças para
sobreviver.
De
fato, seria um equívoco afirmar uma unanimidade de pensamento na direita
coxinha. Alguns já foram além e apoiam explicitamente um golpe militar enquanto
outros ainda disfarçam propósitos democráticos. Há, ainda, os que estão
percebendo que “entraram de gaiato no
navio, entraram pelo cano”, parafraseando os Paralamas do Sucesso. Não encontram
alternativas de representação por uma razão bem clara: não têm, nunca tiveram
propostas de projetos políticos. Até aqui, não conseguiram conceber nada melhor
que um “capitão de bravata” que pode, sem qualquer prejuízo, ser confundido com um “cagalhão de
gravata”, esse “oitavo passageiro”, um Alien que se conseguirem parir os
devorará. Há outras tentativas Huck ou Hulk, não me cabe saber o correto, se será
o menino propaganda do caldeirão global ou algum outro monstro tão incrível como
o da Marvel Comics. Coisa de coxinha!
########
Muito bom. Parabéns!
ResponderExcluir