Opinião
A
candidatura Lula 2018, cada vez mais, vem se declarando como messiânica e
apolítica. É uma pena! Uma espécie de
pregação religiosa que descarta qualquer possibilidade de transformação da
realidade pelos seres humanos e que aposta em uma graça suprema para realizá-la. Uma
graça onipotente que deveria ser ungida no processo eleitoral porque somente
ela sabe ou saberá o que é bom para todos, mesmo que todos não saibam disso.
Aliança,
aliança, aliança! Parece ser a única proposta da campanha. Projeto? Não existe!
A única proposta é a unção do detentor da graça suprema com
votos. A Lula caberá o projeto que lhe der na cabeça, a ele caberá determinar
a “agenda possível” não importa qual ela será porque, afinal, ele será um ser consagrado.
Cabe indagar se não seria mais adequado consagrar Lula como um monarca.
De
minha parte não excluo ou nego a possibilidade e a potencialidade de Lula,
através de sua candidatura, atuar como liderança de um projeto político mais
identificado com a esquerda tradicional, ainda que reformista e longe, muito
longe, de revolucionário. Até mesmo o PT poderá ter um papel relevante nesse
processo porque a sua militância não se confunde com a maioria da direção
partidária contaminada por personagens com projetos pessoais de poder, muitos
sustentados por corrupção, que nada têm com os princípios que criaram o partido.
Esse não é o caráter da militância do PT. Contudo, essa possibilidade só será
uma realidade se houver um projeto com princípios explícitos que sustentem e que
justifiquem um engajamento político. Nunca um ato de fé como se tem apostolado.
#####
Nenhum comentário:
Postar um comentário