terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Santa candidatura?

Opinião

A candidatura Lula 2018, cada vez mais, vem se declarando como messiânica e apolítica. É uma pena!  Uma espécie de pregação religiosa que descarta qualquer possibilidade de transformação da realidade pelos seres humanos e que aposta em uma graça suprema para realizá-la. Uma graça onipotente que deveria ser ungida no processo eleitoral porque somente ela sabe ou saberá o que é bom para todos, mesmo que todos não saibam disso.

Aliança, aliança, aliança! Parece ser a única proposta da campanha. Projeto? Não existe! A única proposta é a unção do detentor da graça suprema com votos. A Lula caberá o projeto que lhe der na cabeça, a ele caberá determinar a “agenda possível” não importa qual ela será porque, afinal, ele será um ser consagrado. Cabe indagar se não seria mais adequado consagrar Lula como um monarca.

De minha parte não excluo ou nego a possibilidade e a potencialidade de Lula, através de sua candidatura, atuar como liderança de um projeto político mais identificado com a esquerda tradicional, ainda que reformista e longe, muito longe, de revolucionário. Até mesmo o PT poderá ter um papel relevante nesse processo porque a sua militância não se confunde com a maioria da direção partidária contaminada por personagens com projetos pessoais de poder, muitos sustentados por corrupção, que nada têm com os princípios que criaram o partido. Esse não é o caráter da militância do PT. Contudo, essa possibilidade só será uma realidade se houver um projeto com princípios explícitos que sustentem e que justifiquem um engajamento político. Nunca um ato de fé como se tem apostolado.
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